1.27.2010

O poder da mídia social

A maioria das empresas e clientes já conhecem a importância da mídia

Tárcio Fonseca tarcio@folhape.com.br

A mídia, há alguns anos, vem passando por um processo de transformação. Velhas táticas de comunicação e objetivos, como oferecer um conteúdo generalizado para atingir o maior número de pessoas possível, estão dividindo espaço com o ato de falar para um público específico, um nicho. A internet, com seus blogs, redes sociais e espaços colaborativos possibilitou que esse público aparecesse e passasse a consumir mais ativamente este conteúdo diferenciado.

E, a partir daí, novos agentes comunicativos também apareceram, concorrendo com a chamada mídia tradicional e ganhando cada vez mais seguidores. Neste cenário de tantas mudanças, onde o pessoal vem ganhando cada vez mais força sobre o institucional e sobre os conglomerados de comunicação, novos profissionais estão surgindo para analisar, estudar e criar ações envolvendo esta nova mídia.

Hoje, cerca de 40 milhões de brasileiros estão no Orkut, o que representa mais de 50% do total de usuários mundiais da rede. No Twitter, o Brasil já representa a segunda maior população, só perdendo para os EUA. No Facebook, a participação também só faz aumentar. Tudo isso somado às dezenas de milhares de blogueiros espalhados por todos os estados, comentando sobre uma infinidade de assuntos. Todo este grupo de pessoas se comunicando, trocando informações, experiências e opiniões fez surgir o profissional de mídia social. O problema é que, no geral, pouco se sabe sobre o que esse profissional realmente faz.

O profissional de mídia social usa o poder da rede e dos relacionamentos nela criados para comunicar, vender, repassar opiniões, criar comentários, gerar falatórios e influenciar outras pessoas através de ações de impacto e da relevância da informação com a qual está trabalhando.

No meio de centenas (ou até mesmo milhares) de perfis do Twitter que se dizem analistas, especialistas ou estudiosos de mídias/redes sociais, fica difícil saber em quem acreditar, quem tem o know-how para trabalhar na área. “Cerca de 15 mil pessoas no Twitter dizem que são analistas de social media (mídia social)”, afirma o publicitário, blogueiro e twitteiro Eden Wiedemann. O problema para ele é que estas pessoas podem simplesmente saber muito de internet e achar que isso basta para virar um profissional da área. “O ideal é que a pessoa que vai trabalhar nessa área tenha um conhecimento teórico e prático dentro de comunicação social, como um publicitário ou jornalista. E mídia social não se resume ao analista. Tem que existir a pessoa do planejamento, a que vai ter o contato com os blogs e Twitter, a do atendimento, a da criação...”, comenta Eden.

Em setembro de 2009, Eden, em parceria com outros profissionais de mídias sociais, realizou a ação Porto Cai na Rede, que trouxe blogueiros influentes de todo o Brasil para Porto de Galinhas com a finalidade de gerar publicidade espontânea na web através dos comentários, posts, vídeos e fotos gerados por esses agentes. A ação deu tão certo e a aposta de Eden é tão grande neste novo filão de mercado que agora em janeiro ele deu início à empresa de publicidade em mídia social Dani Mirella (www.dani.com.vc) que, segundo ele, será a “Amélia 2.0”, que “lava, passa, cozinha e trabalha com Social Media”.

Outra agência que trabalha focando mídia social aqui em Pernambuco é a Le Fil. Levando mais para o lado do jornalismo, a Le Fil oferece três serviços aos seus clientes: elaboração de estratégias em mídias sociais, produção de conteúdos (alimentação das mídias, como blogs e Twitter) e monitoramento, com pesquisas tanto quantitativas quanto qualitativas. “Muitos clientes não querem entrar imediatamente nas mídias sociais, mas, sim, saber o que está sendo falado sobre suas marcas. Outros vêm até nós para saber a melhor forma de integrar e ganhar algo com a rede”, explica Rosário de Pompéia, uma das sócias da Le Fil.

Um fato que é decorrente do ainda pouco tempo de existência desse tipo de mídia é o receio de se investir capital na área. “Muitos clientes querem fazer uma ação de marketing tradicional com grandes recursos em mídia de massa, mas destinam só uma pequena porcentagem à mídia social. Não é assim que funciona”, afirma Eden. Entretanto, para Rosário, “a maioria das empresas e clientes já conhecem a importância da mídia. E os que não conhecem, estão buscando entender”.

Tanto Eden como Rosário acreditam que este será um ano importante para a mídia social por conta das campanhas políticas. Dentro das novas regras eleitorais, os candidatos terão maior liberdade em utilizar as redes a favor da campanha. Neste momento, os profissionais de mídias sociais estarão a postos para oferecer o suporte.

Fonte: Folha de Pernambuco

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