1.14.2010

A web em tempo real

*Este texto foi originalmente publicado no ComRemix

Definida pelo blog ReadWriteWeb como uma das cinco tendências que despontou em 2009, a “internet em tempo real” trata-se de acompanhar a todo momento o que está acontecendo agora. Seja um avião caído no rio Hudson, seja um evento de tecnologia, seja um amigo levando o cachorro para passear.

A notícia em tempo real não é algo novo. Começou a ser alavancada no início do século XX com o rádio e logo depois com a televisão. Hoje, após um salto tecnológico, todos convivemos diariamente com a notícia em tempo real, como receptores e como emissores nos canais sociais como o twitter.

Uma das grandes vantagens da informação em tempo real é seu flerte com outro conceito, o de realidade aumentada, que em palavras simples, significa criar um ambiente misto do mundo real com o virtual. Quer um exemplo banal mas incrível de realidade aumentada? Assistir a partidas de futebol (ou ao último capítulo da novela) pela TV com o notebook no colo, acompanhando twitter e comunidades abertas. A sua realidade se mistura a de várias outras pessoas, criando um fluxo de informação absurdamente rico de informações “extras”.

Apesar de trazer claras vantagens e facilidades, a informação em tempo real tem também seu efeito colateral: Tudo o que é em tempo real é bastante estressante. Profissionais de TV que apresentam ao vivo conhecem bem a obrigatoriedade de serem “perfeitos”. Ainda mais hoje, quando um erro de um locutor vai parar no Youtube menos de uma hora depois.

Para muitos, uma simples twittada pode colocar em risco o emprego ou o casamento. Mas então por que as pessoas continuam exibindo publicamente as suas vidas? Isso está ligado com outro perigo da informação em tempo real e da realidade aumentada: nós adoramos informações, e nos viciamos nela. A incapacidade de se desligar do trabalho aumenta, assim como a sensação de estarmos sempre “perdendo alguma coisa”.

A Web em tempo real nas fontes de informação

Um dos efeitos de tudo isso é o chamado “hard news” ou, em uma interpretação livre, atirar as informações ao público assim que elas forem apuradas. Se a notícia do jornal no dia seguinte já é velha, cabe a ele sobreviver de contextualização e análise de dados.

As mídias sociais, ou particularmente a rede twitter, com a sua disponibilidade em todo lugar e a todo momento, já são naturalmente voltadas ao tempo real. Mas as outras redes também têm se voltado nesse sentido, com a compra do Friendfeed pelo Facebook, e Orkut, Plaxo e LinkedIn reorganizando o layout para privilegiar um “stream” ou “linha de atividades” dos seus contatos na rede.

A Web em tempo real na comunicação corporativa

A quantidade de artigos que têm surgido sobre a web em tempo real é mais um indício de que cada vez mais o público está procurando por informação imediata. Como uma boa estratégia de comunicação corporativa é sempre voltada para os interesses do seu público, é só uma questão de tempo até que as respostas precisem dar conta do fluxo de informação atual.

O anúncio de uma fusão, aquisição ou qualquer outro comunicado será feito em tempo real, ao vivo. Quando não intencionalmente, muitas vezes vazando. Uma pauta quente de um dia para o outro já está gelada, quando a informação já rodou blogs, twitter e comunidades antes de sair no jornal. Por exemplo, quando todos já sabiam no instante do anúncio que o Rio sediará as Olimpíadas de 2016, os jornais precisaram se virar para fornecer um contexto ou informação adicional.

A questão chave, finalmente: Assessores, empresários, jornalistas e comunicadores vão estar preparados para quando chegar o momento em que as notícias voarão em tempo real?

Vamos debater nos comentários!

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